Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

05 outubro 2017

Maquina do tempo: última semana nos EUA

    No dia 24 de setembro fez 8 anos que eu embarquei de volta para o Brasil. Dia 25 de setembro de 2009 pisei em solo brasileiro depois de 9 meses na terra do Tio Sam.
    Essa semana, do dia 24 ao dia 28 de setembro é uma semana especial, e hoje vou contar para vocês como foram meus últimos dias nos EUA e a como foi a minha chegada no Brasil! Vou tentar fazer tudo em um post, mas se ficar muito grande, dividimos em 2x sem juros no cartão! =DD

    Primeiramente, deixe eu me apresentar! Meu nome é Júlia, fui au pair em 2009, hoje sou psicóloga e trabalho com assistência emocional online para intercambistas e pessoas que moram fora. Senti na pele a necessidade de um acompanhamento profissional durante o meu intercâmbio, vejo essa necessidade nos grupos que acompanho e principalmente, vejo como as pessoas que tem esse acompanhamento aprendem a lidar mais facilmente com as dificuldades naturais que o intercâmbio propõe.
    Mas vamos lá! Vamos ao assunto principal do post! Bem, eu já estava em rematch na casa de uma coordenadora, era o meu 7º mês. Ah! Era o meu 3º rematch.
    Esta coordenadora era uma pessoa muito bacana, mãe solteira de 4 meninos adoráveis e de um labrador lindo! Durante este período, conheci uma au pair da Ucrânia, e ela também ficou por lá um tempo.
    Well, eu já estava indo para a 3ª semana de rematch e nada de famílias. Não tinha entrado em contato com sequer 1 família durante aquele período, então, já comecei a trabalhar comigo mesma a possibilidade de ir embora.
    
 
  Como estava bem perto de NYC, decidi que naqueles últimos dias, eu ia curtir, e fui para lá todos os dias. Não lembro exatamente a ordem, mas em um dia fui em uma bestbuy, comprei uma câmera nova, pois a minha ex kid havia quebrado a minha (e descobri isso horas antes de embarcar para o cruzeiro nas Bahamas, imagine que alegria! Sorte que as memórias que tenho daquele lugar nada e ninguém pode quebrar e nem apagar). Comprei também o meu primeiro apple: um Ipod touch, coisa mais linda de viver! Logo depois, encontrei algumas amigas, turistamos pelo central park, andamos de "carruagem bicicleta", fomos no LOVE NYC, dançamos com os mexicanos na mexican parade (tipo um Brazilian day dos mexicanos), fomos na estátua da liberdade! Algumas meninas estavam chegando nos EUA, no comecinho do programa, enquanto eu tentava digerir o final prematuro do meu.

   No outro dia, vi que ainda tinha muito o que fazer e explorar por NYC, e voltei para lá sozinha mesmo. Fui no museu de cera, que era um lugar que já estava querendo ir e adorei! E de tardezinha veio a dúvida: subir no topo do Empire State Building ou assistir ao musical do Rei Leão? Eu estava considerando que aquela seria a minha última chance, minha última vez em NYC, talvez até nos EUA (drama queen) e optei pelo Rei Leão, que é um filme que fez e faz parte da minha vida (até hoje sei boa parte do filme decor), e não me arrependo da escolha! O musical é lindo, e já na primeira nota cantada, fui tomada por um sentimento enorme de nostalgia que não sei explicar com palavras, e só o que veio naquele momento foram lágrimas (no final até vieram perguntar se eu estava bem, de tanto que chorei hahaha)! É incrível, lindo! Super recomendo, apesar do chororô!

    Fui embora naquele dia prestando mais atenção em tudo, em cada árvore, cada rua! Lembro que algumas ruas tinham nomes de pilotos de formula 1! Nunca assisti, mas sempre ouvia meu pai falar! Cheguei em casa, dormi e no dia seguinte cedo, a coordenadora veio falar comigo.
Ela foi bem sincera, e como eu não havia estudado nada, não tinha créditos completos, não seria possível estender o programa, e que por essa razão, nenhuma família estava entrando em contato comigo. Eram só, praticamente, 4 meses left! É, depois dessa conversa, aquilo que eu já estava trabalhando em mim aconteceu: eu ia voltar para o Brasil.
                                             (O Rei Leão e meu Ipod <3)
    Confesso que a primeira coisa que me veio na cabeça foi o fracasso. Até arrisco dizer que ele foi quase que inevitável; mas hoje, rebobinando a fita dos meus 9 meses de intercâmbio posso, com certeza, mudar essa palavra para uma frase: termino de um ciclo.
    Antes disso, dei tchau para a au pair da Ucrânia, que havia conseguido uma família. Dividimos o porão da casa praticamente como irmãs, e passávamos o dia todo juntas. Apesar do pouco tempo de convivência (3 semanas), senti bastante a despedida, principalmente porque foi a primeira pessoa para quem dei tchau com aquela dúvida (quase certeza): será que vou ver de novo?
    Alguns dias depois outra amiga foi me dar tchau, e procurei o tempo todo pensar que não era uma despedida, não queria chorar, não queria que doesse! Essa amiga foi a minha grande parceira de intercâmbios, playdates, dividir subways na praia, rir de Mr Bean em onibus de excursão de chineses, etc; mas pensar que não terminaria ali ajudou, nossa! Como ajudou!


    Não lembro exatamente que dia era, mas logo comecei a arrumar minhas coisas. Com a ajuda de uma amiga brasileira (que também foi uma grande parceira) consegui uma empresa que enviava as caixas para o Brasil (não lembro o nome), comprei duas caixas enormes, milhares de “space bags” (aqueles sacos plásticos para embalar à vácuo) e encaixotei boa parte das minhas coisas. O restante coloquei nas malas e em um piscar de olhos estava eu, dentro de um carro (era tipo um uber, não sei se era motorista da agencia) e fui preenchida por um sentimento enorme de gratidão por aquela coordenadora e sua família, que dividiram uma parte de suas vidas comigo durante aquele tempo. 

    Eu não gosto muito de falar que estive em uma “família perigo”, não culpo somente a hostfamily por não ter dado certo, mas sem sombra de dúvidas, o cuidado e atenção que recebi naquelas 3 semanas fizeram a diferença (principalmente porque PASMEM, essa não era a minha coordenadora, era uma outra coordenadora, pois por alguma razão a minha coordenadora não ofereceu suporte que precisei – mas isso é outra história, né).

    Lá no aeroporto, encontrei uma colega que cresceu comigo durante a infancia, também era au pair, mas estava encerrando o 2º ano e voltando para o Brasil e estávamos no mesmo vôo. Acho que foi a sorte, pois confesso que não lembro até hoje como fui parar naquele avião! Provavelmente eu fui guiada por ela! Mas o restante eu lembro muito bem! Vôo com escala em Atlanta, eu sentada na poltrona do corredor e uma criancinha chorando com medo da decolagem....


                                                                                       Continua dia 05/11

(Pessoal, ainda tem muita história, poltrona quebrada no voo, mudança de portão de embarque em cima da hora do voo em Atlanta, choro, despedida, reencontro com a família, e vou contar também porque a semana toda é importante, e não só os dias 24 e 25! Enfim, muita, mas muita coisa e contarei mais para vocês no próximo dia 05)! Até lá! Beijos!!

Júlia B. Benedini - Psicóloga 

(CRP: 08/14965)




   
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